quinta-feira, 28 de maio de 2009

(re)ler a Carta aos Romanos de São Paulo




“Oh, que profundidade de riqueza,
de sabedoria e de ciência é a de Deus!
Como são insondáveis as suas decisões
e impenetráveis os seus caminhos!
Quem conheceu o pensamento do Senhor?
Quem lhe serviu de conselheiro?
Quem antes lhe deu a Ele,
para que lhe seja retribuído?
Porque é dele, por Ele
e para Ele que tudo existe.
Glória a Ele pelos séculos! Ámen.”


Rom 11, 33-36

O cristianismo em imagens

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Segredo de Fátima

"À medida que o tempo passa, acredito mais no Segredo de Fátima. Nesse Segredo que desassossega, que nos arranca de casa, dos livros, da cidade e nos lança, anualmente, para a imensidão das estradas. Eu acredito num «não sei quê» que esse Segredo derrama em nós: uma porção de confiança, de abandono e de aventura. Uma vontade de tornar a vida mais que tudo verdadeira. De tornar generosos os projetos e fecundos os laços que nos ligam aos outros. De tornar absoluta a nossa sempre frágil Esperança.
À medida que o tempo passa, vou conhecendo pessoas cujo tesouro interior foi descoberto, ampliado nos caminhos de Fátima. Pessoas que contam histórias simples, misturadas com sorrisos e lágrimas. Histórias de um Encontro tão parecido ao que teve uma rapariga da Judeia, de nome Maria.
Que têm os peregrinos de Fátima? Têm o vento por asas e a lonjura por canto. Têm a conversão por caminho e a prece ardente por mapa. São filhos de uma promessa que se cumpre dentro da vida.
Gosto dessa frase de Vitorino Nemésio que diz: “em Fátima, a Humanidade inteira passou a valer mais”. Gosto, porque nos caminhos longos, imprevistos e profundos de uma peregrinação isso nos é ensinado como uma evidência humilde e apaixonante."

José Tolentino Mendonça

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Da carta a Diogneto

Há uns tempos detive-me com este texto, um pequeno capítulo da carta a Diogneto:

“Os cristãos não são diferentes dos outros homens nem pelo território, nem pela língua, nem pelo modo de viver.
Eles não moram numa cidade exclusivamente sua, não usam uma língua própria, nem levam um género de vida especial.
A sua doutrina não é conquista do pensamento e do esforço dos homens estudiosos, nem professam, como fazem alguns, um sistema filosófico humano.
Moram em cidades gregas ou bárbaras, como coube em sorte a cada um, e, adaptando-se aos costumes de vestir, de comer e em todo o resto de vida, dão exemplo de uma forma de vida social maravilhosa que, segundo todos confessam, é inacreditável.
Habitam na respectiva pátria, mas como estrangeiros; participam em todas as honras como cidadãos e suportam tudo como estrangeiros. (...)
Todas as terras estrangeiras são uma pátria para eles e todas as pátrias são terras estrangeiras...
Vivem da carne, mas não são segundo a carne. Moram na terra, mas são cidadãos do céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas através do seu teor de vida superam as leis.
Amam a todos e por todos são perseguidos. Não os conhecem e condenam-nos; dão-lhes a morte e eles recebem a vida.
São mendigos e enriquecem a muitos; encontram-se privados de tudo e tudo têm em abundância.
São desprezados e no desprezo encontram glória; difamam-nos e é reconhecida a sua inocência.
São injuriados e abençoam; são tratados de modo insolente e eles tratam com reverência.
Fazem o bem e são punidos como malfeitores; e, embora punidos, alegram-se quase como se lhes dessem a vida.
Mas os que odeiam não sabem dizer o motivo do seu ódio.
Numa palavra, os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo.”

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Uma reflexão entre a Morte e a Vida

Há uns tempos atrás, fomos a um cemitério em Lisboa, o cemitério dos Prazeres. Lá encontramos um túmulo com a seguinte inscrição:


"A Fé une o que a Morte separa."


Vale a pena pensarmos nisto...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Tudo o que sei do céu me vem do espanto que experimento perante a bondade inexplicável desta ou daquela pessoa, à luz de uma palavra ou de um gesto tão puros que me revelam bruscamente que nada no mundo poderia ser a sua origem. (...)
Há almas nas quais Deus vive sem que elas disso se apercebam. Nada deixa supor essa presença sobrenatural, senão a grande naturalidade que inspira aos gestos e às palavras daqueles em que habita."


Christian Bobin (n. 1951)

O cristianismo em imagens

sexta-feira, 1 de maio de 2009

“Ter vocação” ou “ser chamado”?

"A vocação não se “tem” como algo próprio, conquistado ou devido por direito – nem a vocação à existência, nem à redenção, nem a desempenhar qualquer tarefa que seja, na Igreja. Não existe essa vocação que se teria como coisa disponível. Há um chamamento – a vocação é exterior à pessoa, apanha-a desprevenida, desinstala-a e muda-lhe o curso da existência. Assim aconteceu com Abraão, Moisés, os profetas, os apóstolos, Paulo... Assim acontece – deveria acontecer – com cada cristão. Em tempos de cristandade, porém, as coisas mudaram e, embora sem negar a iniciativa de Deus, o “chamamento” acabou conver-tendo-se em algo próprio de poucos, que “tinham” vocação. Desaparecido o ambiente de cristandade, com grande parte dos nossos contemporâneos oscilando entre a indiferença religiosa, o agnosticismo e o ateísmo, importa recuperar a percepção original da vocação como chamamento a seguir Cristo e a tornar-se membro da comunidade nova dos seus dis-cípulos. O resto – carismas, ministérios, entre eles, o de presbítero – virá por acréscimo. Não quer isto dizer que as vocações de serviço, na Igreja, não sejam importantes e que, concretamente, a Igreja possa seguir adiante sem o sacerdócio ministerial. Quer dizer, ape-nas, que é necessário olhar para a vocação a estes ministérios integrada na vocação primei-ra: o chamamento a ser discípulo de Cristo e membro da Igreja."~



http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia.asp?noticiaid=72501